LUIS CÉSAR SOUZA
( Brasil - DISTRITO FEDERAL )
Quando em 1974 ao Deéfe cheguei, morei em Taguatinga, depois pouse nas Asas, Guará, Sobradinho.
Fui gostando e desgostando aos pouquinhos.
Lancei meu primeiro livro, Era Velha, Agora Era Nova (1981), com o pseudônimo Cesário de Sousa. Foram cinco livros publicados até Utopia Cor Ação (1995), advindo de Cuiabá (MT). Em seguida mudo pra São Luís (MA), depois João Pessoa (PB) e lá publico Nas Entrelinhas das Estrelinhas (1999). Volto em 2007, fico dois anos, mudo pra Anápolis (GO), lancei meu 8º. livro, Duas Terras Daqui (2019). Editei revistas, livros culturais. Fui e voltei a Brasília umas 432 vezes. De agora em diante é daqui pra frente.
BRASILIDADE : poesia e crônica para una sexagenária desamada. [Antologia.] Menezes de Moraes (organização e microensaios). Edmilson de Figueiredo fotografias). Brasília, DF: Trampolim Editora e Eventos Culturais Eirelli, 2022. 231 p. ISBN 978-85-5325-061-5 Ex. bibl. Antonio Miranda
BRASIL PRIVATIZADO
Só em estas nossas plagas é possível acontecer o impossível,
o impensável. Nos subterrâneos
calabouços do Banco Central,
foi traumatizado, ou seja,
tramado o ardiloso sacripanta vil projeto:
O governo brasileiro privatizou o governo brasileiro!
Quem comprou, adquiriu, arrematou?
Aqueles que sempre foram os beneficiários primeiros
dos governos brasileiros: os banqueiros.
Agora, oficialmente, o real é deus
e os donos de bancos são seus arcanjos.
os altos funcionários executivos são os anjos,
querubins, serafins.
O escalão abaixo tem menos deus no coração,
mas são eles que controlam (já que, subservientes,
atendem determinações de cima, dos deuses)
a nossa realidade, quer dizer, o nosso real,
isto é, nosso bolso, ou melhor, o nosso deus...
A classe política brasileira é a pior das classes políticas
que existem no mundo. Ou a classe política
é a clássica pior classe sem classe que existe no mundo?
Ou todas as alternativas anteriores?
O DONO DO PODER
Houve quadrilhas no poder
Há quadrilhas no poder
Haverá quadrilhas no poder?
Lá em cima cisma
NADANDO NO NADA DO PODER
Uma antiga e sugestiva frase de algum ser da antiga esquerda
latino-americna: “Hay gobierno, soy contra”. Diriam outros
das plagas de aqui: “Há governo, tô dentro”.
Certamente são sedutoras todas as formas de poder, desde o
que imaginamos possuir ou possuímos sobre nossos
familiares, quanto em nossa profissão, área de atuação, cargo,
o poder do sucesso, o da grana, do patrimônio, enfim, todas as
formas de sentir-se poderoso, forte, de alguma forma.
Quanto à frase política acima, o que revela? Alguém em
constante vigilância contra os desmandos governamentais. E
se lhe perguntassem: e se estivesse no governo? Responderia:
seria contra os nossos erros internos, crítico constante,
construtivo, invendável, incorruptível.
Quantos assim teríamos hoje por aqui em terras brasílicas?
Daria pra contar nos dedos, sobrariam dedos para contar? Aí
é que está...
Há excessos e extravagancias também no plano da fama.
Soube — fofoca ou não — que o cantor norte-americano Lennie
Kravitz, quando esteve no Brasil, pediu à produção de seu
show no Rio de Janeiro, que levassem até a sua suíte de hotel,
nada mais, nada menos que... 400 mulheres ... “disponíveis”!
Absurdos nos fariam felizes...
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Página publicada em abril de 2023
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